O que é Stablecon? Vale a pena investir?

Você tem interesse em fazer investimentos em cripto ativos mas não quer encarar a montanha russa da volatilidade do Bitcoin, por exemplo? Talvez seja o momento de conhecer a stablecoin e saber se vale a pena investir em stablecoin.

Neste artigo apresentamos esse tipo de moeda digital, suas vantagens, mostramos quais são as principais disponíveis no mercado. Mas, para contextualizar, precisamos entender os conceitos de volatilidade e lastro. Vamos juntos?

O fantasma da volatilidade

Se tem algo que assusta quem se inicia no mundo das criptomoedas ou tem um perfil de investidor mais “pé no chão”  é a alta volatilidade que elas apresentam. 

Esse conceito diz respeito à grande capacidade de oscilação do preço de uma criptomoeda em um dado período de tempo.  Quanto mais volátil a criptomoeda, mais arriscado investir nela. 

A volatilidade  é calculada a partir do desvio padrão médio do ativo, levando em conta sua rentabilidade diária em certo período. O cálculo do desvio padrão médio é basicamente levar em conta as baixas e altas do ativo, por um tempo determinado, e calcular sua variação em porcentagem.

A volatilidade impacta o mercado da seguinte forma: se uma criptomoeda está oscilando muito e está em uma tendência de alta, significa que há chances de o seu preço subir e a moeda ser valorizada. 

Com isso os investidores que já haviam comprado a moeda entendem que é um bom momento para revendê-la por um preço maior. Sendo assim, cresce a movimentação nas operações de venda.

Para o investidor mais arrojado a alta volatilidade pode ser atrativa. Por outro lado, essa característica das criptos dificulta sua popularização pelo público geral. 

As stablecoins surgiram para resolver esse problema. 

Outro fator  que  torna as stablecoins interessantes para o perfil mais cauteloso de investidor é que elas também possuem lastro. 

Esclarecendo o conceito de lastro

Lastro é a correspondência entre uma moeda e um bem, uma espécie de garantia física, palpável do valor daquela moeda. 

Por exemplo, a emissão do papel-moeda, por muito tempo foi lastreada pelo ouro, ou seja, quanto maior a  reserva do mineral a país possuísse, maior sua capacidade de emissão monetária. 

Se há um desequilíbrio entre a  emissão de dinheiro e o lastro, temos a inflação. 

O lastro é um elemento presente na moeda estatal (fiduciária), sendo ausente nas criptomoedas em geral, uma vez que elas têm sua própria tecnologia que dispensa esse atributo gerador da confiança. 

Lastreada e na contramão da volatilidade: esta é a stablecoin

Stablecoins são ativos também digitais cujas cotações praticamente não sofrem variação.

Isso acontece porque as stablecoins são lastreadas em ativos reais, concretos, como o ouro, o petróleo ou as moedas fiduciárias nacionais (euro, dólar, etc.). Por isso, representam o seu valor real.

As stablecoins criam conexões entre o mundo real e o blockchain, com o propósito de amenizar e resolver a volatilidade dos preços,  “marca registrada”  das criptomoedas. 

 Ao mesmo tempo, elas tentam manter outras características do Bitcoin, como o fluxo livre de capital e a resistência ao controle estatal, um quê de libertarianismo.

Ainda está se perguntando se vale a pena investir em stablecoins? Vejamos suas principais vantagens.

8 Vantagens das stablecoins

  • Podem ser atreladas a qualquer ativo
  • São lastreadas,correspondendo a ativos do mundo real
  • São criptografadas
  • Usáveis em transações globais
  • Baixas taxas de transação
  • Rapidez de transferência 
  • Maior proteção para traders e investidores frente à volatilidade do mercado
  • Ideais para pagamentos transfronteiriços de bancos centrais e empresas

Desvantagens das stablecoins

  • Centralização

A maioria das stablecoins pertence a uma organização, que controla a emissão e o fornecimento.

  • Dependência de mercados financeiros tradicionais

stablecoins são, muitas vezes,  atreladas a moedas fiduciárias, fazendo com que seu valor dependa da condição atual da economia global e esteja sujeito à inflação das moedas fiduciárias  estatais. 

  • Ausência de regulamentação

A falta de regulamentação impacta todos os criptoativos, incluindo as stablecoins. Isso dificulta uma adoção mais ampla.

Tipos de stablecoins

Atualmente, existem 4 tipos de stablecoins:

Stablecoins centralizadas: Também chamadas de IOU (do inglês “I owe you”), esse tipo de stablecoin tem um “dono”. A companhia gera os tokens que, geralmente, representam moedas estatais, como dólar ou euro. A principal stablecoin deste modelo é o Tether (USDT).

Stablecoins cripto-colateralizada: Ao contrário das IOUs, esse tipo de stablecoin utiliza um colateral/lastro descentralizado. Em geral, essas stablecoins são lastreadas em criptomoedas descentralizadas como o Ether (ETH). 

Por serem lastreadas em ativos que possuem grande volatilidade, essas stablecoins podem não ser tão estáveis, sofrendo eventuais variações de preço. Uma das principais stablecoins que utiliza este modelo é a Dai (DAI).

Stablecoins commodity-colateralizada: Lastreada por ativos como metais preciosos, obras de arte, imóveis e afins, essas moedas valem o equivalente aos ativos que representam. Como esses ativos podem sofrer variação de preço, o mesmo vai se refletir na stablecoin. 

Stablecoins não-colateralizada: Não possui lastro. O que mantém o preço da moeda digital estável são algoritmos que controlam a quantidade de ativos em circulação, fazendo operações de queima ou emissão de tokens conforme a necessidade para que o preço se mantenha estável.

 Principais Stablecoins

Tether (USDT)

Lastreada no dólar americano, tether é a stablecoin com maior volume de negociações no mundo e, consequentemente, a mais popular. Supostamente, é 100% lastreada a suas reservas. As dúvidas em relação ao tether são sobre a real disponibilidade dos ativos do lastro para sustentar sua emissão.

TrueUSD (TUSD)

Emitida pela plataforma TrustToken, TrueUSD é conhecida por seguir normas regulatórias e realizar auditorias frequentes.

É colaterizada em dólar e os ativos equivalentes são protegidos por terceiros para garantir que cada TrueUSD emitido seja garantido por um ativo de valor equivalente no mundo real.

Gemini Dollar (GUSD)

Lançada em setembro de 2018, emitida pela Gemini Trust Company, com sede em Nova York, é considerada, por muitos, como a primeira stablecoin totalmente regulamentada.

Dai (DAI)

Lançada em dezembro de 2017, é a stablecoin totalmente descentralizada do protocolo MakerDAO, pois sua governança é feita por detentores do token MKR. Seu preço é atrelado 1:1 ao dólar, mas sem ter vínculo algum com as moedas fiduciárias no mundo real.

PAX Gold (PAXG)

É uma stablecoin pareada em commodity. Cada token é apoiado por uma barra de ouro física, armazenada sob custódia da Paxos Trust Company, em Londres, a empresa responsável pela emissão do token.

 Sua capitalização de mercado é de US$ 80 milhões.

USD Coin (USDC)

É a segunda maior stablecoin, com capitalização de mercado de US$ 3,2 bilhões.

Foi criada pela Circle e pela Coinbase (exchange americana de maior relevância no mercado) para ser uma stablecoin totalmente transparente.

É totalmente garantida (colateralizada) em dólar e emitida por instituições financeiras regulamentadas e licenciadas, que mantêm reservas da moeda fiduciária equivalentes na proporção 1 USDC = US$ 1. 

Um meio termo entre dois mundos de possibilidades

O controle de stablecoins por grandes instituições é o contrário do que Satoshi Nakamoto idealizou com a criação do Bitcoin, visando eliminar intermediários no processo.

 A confiança na maior parte dessas moedas depende de fatores que estão no controle de terceiros, as instituições.

As stablecoins têm mais vantagens do que desvantagens e assumem um papel importante na transição entre o mundo físico e o digital, atuando como uma ponte. Portanto vale a pena investir em stablecoin.

 Muito recomendadas para quem ainda tem resistência ao Bitcoin, elas possuem de um lado a volatilidade das criptomoedas, de outro a estabilidade das moedas fiduciárias. 

Mas atenção: se for escolher uma stablecoin, especialistas recomendam optar pela que possui o modelo mais descentralizado possível.

E você,  diga nos comentários:  investiria em alguma das stablecoins disponíveis no mercado ou prefere a “adrenalina”  da alta volatilidade dos cripto ativos? 

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